Por muito tempo, a música digital foi o terror da indústria fonográfica. Não é mais: impulsionado pelos serviços de streaming de áudio, o setor cresceu quase 10% só em 2018. Tudo indica que os números favoráveis se repetirão neste e nos próximos anos.
De acordo com um relatório divulgado nesta semana pela Federação Internacional da Indústria Fonográfica (IFPI, na sigla em inglês), a receita global do setor foi de US$ 19,1 bilhões em 2018, montante 9,7% maior em relação a 2017 (US$ 17,3 bilhões). É o quarto ano seguido de crescimento.
Serviços como Spotify, Apple Music e Deezer estão por trás desses números. Estima-se que, juntas, essas plataformas terminaram 2018 com 255 milhões de usuários pagantes, quantidade que representa 37% da receita da indústria da música. Com a adição das contas sustentadas por anúncios, essa porcentagem passa para 47%.
A América Latina teve papel importante no alcance dessas cifras. O mercado de música da região cresceu 16,8% em 2018, com Brasil e México aparecendo como destaques: ambos os países cresceram 15,4% e 14,7%, respectivamente.
Em contrapartida, a receita com mídias físicas caiu 10,1% no período. Essa porcentagem só não foi maior porque os entusiastas do vinil fizeram esse segmento crescer 6% e, com efeito, responder por 3,6% da receita do setor em 2018. Também houve queda nas vendas de músicas por download: a receita desse segmento diminuiu 21,2%.
O que mais chama atenção em todos esses números é que eles indicam que a indústria fonográfica finalmente compreendeu que não dá mais para desassociar a música dos meios digitais.
As receitas já não são tão expressivas quanto eram antes da popularização da música digital — a arrecadação atual corresponde, proporcionalmente, à metade do que a indústria faturava em 1999. Em compensação, o setor já não segue por caminhos incertos: as plataformas de streaming podem até não dar abertura para grandes margens de lucros, mas mantêm a pirataria em níveis cada vez mais baixos.
Mais informações: Quartz.